domingo, 29 de março de 2009

SALVADOR 460 ANOS

Salvador nasce como uma planta transplantada, para afirmar, em terra americana, a presença portuguesa e servir como base transatlântica ao projeto de mudialização capitalista. Em sua origem deram-lhe um modelo, trazido da corte, mas a mistura, aqui, de raças, línguas e culturas e a adaptação a um meio natural opulento produziram uma associação inesperada, um hibrismo inédito na História, que iria nortear a sua evolução e marcar, para sempre, a personalidade do lugar. Salvador cresceu como península - mar e continente confundidos -, misturando os apelos do mundo e o chamado da terra e assim podendo renovar, século após século, sua aventura original.Na vida da cidade há momentos decisivos. Para a minha geração, esse momento pode ser estabelecido nos anos imediatos à Segunda Guerra Mundial, nos quais coincidem mudanças fundamentais no panorama internacional, na vida brasileira, na economia do estado e na cidade.Tratava-se menos de um divisor de águas e mais de uma fase de transição, que iria se estender por um quarto do século, até que se inaugure uma nova fase de crescimento. Foi uma época de abertura explosiva, um período de grande ebulição e de progresso, tanto na vida material, quanto na atividade intelectual. Desenvolve-se, no estado, a agricultura, melhoram os transportes e as comunicações, explora-se o petróleo, assentam-se, com o planejamento, as bases para a industrialização e, quanto à expansão da informação e do consumo, crescem as cidades e a vida de relações.
CRESCIMENTO – Então Salvador se prepara para abandonar seu papel secular de capital incompleta e displicente e passa a vigiar e melhor comandar seu território, dele recebendo contingentes que, em 25 anos, fazem triplicar sua população (menos de 350 mil em meados da década de 40, cerca de 1.150 mil em 1970). A cidade diversifica a sua atividade, produz um novo arranjo de profissões e classes sociais e parte à conquista do seu espaço, criando novos bairros e deixando explodir outros, onde, nas famosas “invasões”, instala-se uma população dinâmica, mas pobre. O velho centro, ao mesmo tempo, moderniza-se e se degrada - sobretudo na Cidade Baixa - e se espalha sobre bairros residenciais tradicionais, mas já não é suficiente para abrigar o comércio e os serviços, que vão criar em outros lugares (primeiro na Liberdade, na Calçada, na Barra) novos pólos de atividade.A cidade invade uma série de sítios que ela aproveitara ou fabricara em quatro séculos, urbaniza a sua franja litorânea, mas deixa intactos inúmeros vazios.
SER ORIGINAL – Terminada essa fase, Salvador decide ser, logo após Brasília, a segunda cidade mais moderna do Brasil. Mas decreta, também, que deveria produzir sua modernidade de modo original. Para ser como Aracaju, Goiânia ou Belo Horizonte teria que mudar de lugar. Essa idéia não foi aceita. Também não adotou a solução de São Paulo, que substituiu as velhas pedras por novas construções, mas no mesmo sítio, como se a novidade se envergonhasse do passado. Salvador simplesmente se valeu dos vazios especulativos deixados pela história e preferiu dar as costas ao centro velho - que era, praticamente, toda a cidade histórica - e edificar outro todo novo, para a administração, e ainda outro, próximo do primeiro e igualmente novo, destinado aos negócios.
BAIRROS – A originalidade não ficou aí. Foi decidido estabelecer, estrategicamente zonas industriais, à distância da velha urbis, mas planificar bairros residenciais correspondentes. Foi a primeira vez que uma metrópole se tornou cidade-dormitório do seu subúrbio industrial. Uma atividade fabril de elite era concentrada, enquanto os trabalhadores foram espalhados na cidade grande. Assim, através da ocupação dos municípios vizinhos, a região metropolitana era segmentada, enquanto Salvador era puxada para suas extremidades. Criam-se novos vazios, ainda mais valiosos. Como, porém, a cidade não deixava de receber e de fabricar novos pobres, terrenos desocupados acolheram, no chamado “miolo”, centenas de milhares de moradores.Agora, a cidade se instala em todos os seus sítios: os litorais, os vales, as encostas, os alagados, os morros, as chácaras, arrabaldes e subúrbios, transformando cada pedaço de chão em dinheiro. Salvador se adensa e verticaliza, ao mesmo tempo em que, metrópole nacional, fortalece suas relações externas, incluído o desenvolvimento do turismo nacional e internacional. Foram necessários 50 anos para que a demografia pudesse dobrar, entre 1900 e 1950. Entre 1950 e 1999, a população urbana quase quintuplica, passando de 650 mil para cerca de 3 milhões de habitantes.
CONTRASTES – A cidade de hoje paga um pesado tributo à forma em que cresceu, em busca da modernização. Cega pela ambição de progresso material, devotou as energias disponíveis ao seu planejamento, deixando, porém, quase tudo o mais à espontaneidade. Daí a agudização dos seus contrastes seculares, opondo uma Salvador imponente e limpa, vista e admirada pelos que passam, domesticada em nome da modernidade, habitada pelas atividades e camadas favorecidas e pelas novas classes médias, e outra Salvador, dita irregular, carente de serviços, onde se acotovela a maioria, isto é, os mais pobres. A cidade não apenas acolhe os pobres de sua região, mas, produzindo e agravando a separação, ela também, pelo seu próprio funcionamento, cria pobres.A realidade é pungente, mas será essa uma problemática insolúvel? Não mais estamos à época da celebração do quarto centenário da fundação de Salvador, em 1949, quando, diante das promessas de riqueza e da permanência do atraso, as elites mostravam sua perplexidade, falando de um “enigma baiano”. Já não é mais difícil localizar os problemas, enumerar suas causas e diagnosticar os remédios. Já sabemos como se formaram, evoluindo juntas, ainda que se dando as costas, essas cidades todas justapostas, contidas em Salvador. Urge, agora, quando festejamos seus 450 anos (nota do editor: época da publicação original desse artigo, em 1999), encontrar as forças para pensar, de modo unitário, um novo planejamento, talvez menos urbanístico e mais urbano; e certamente mais social e mais humano.
Texto de Milton Santos, produzido em 1999 , quando a cidade de Salvador completara 450 anos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

MONARQUIAS NACIONAIS

Hoje vou não postar um resumão, até pelo adiantado da hora, mas, na verdade pequenos tópicos.


Assim como em todo processo histórico, não podemos pensar em algo instantâneo e homogêneo. Desta forma a formação dos Estados Nacionais foi um processo lento e gradual, em decorrência, principalmente, do renascimento comercial e urbano e da crise do feudalismo, além do gradual aumento do poder real.
Estabeleceu-se então, uma aliança entre reis e burguesia, afim de propiciar a formação dos Estados Nacionais , que era de interesse de ambos os grupos. Para tal, era preciso organizar uma burocracia política e administrativa e um exército nacional, tarefa que seria financiada, por meio de impostos, pelos ricos banqueiros e comerciantes, interessados na unificação, afinal cada região mantinha pesos, medidas, moedas, tributos, leis e taxas diferenciadas, servindo de entrave para o capitalismo nascente.

Neste processo, decerto que não foi respeitado grande parte dos costumes e tradições da população. Havia então, a necessidade de ser desenvolvido um novo conjunto de valores culturais e ações geopolíticas que legitimassem a nova ordem estabelecida. Dessa forma, os Estados Nacionais procuraram definir seus territórios, promover a criação de símbolos nacionais, criar uma única moeda, estabelecer uma língua oficial, dentre outras medidas...

A centralização do poder nas mãos do reis, nos Estados Modernos europeu, vai propiciar o surgimento dos Estados Absolutistas, onde a autoridade máxima era representada pela figura do rei, que governava sob “orientação divina”, e que tinha sua legitimação através de teóricos como Hobbes e Maquiavel.

Já sabemos que não houve homogeneidade na formação dos Estados Nacionais, e que é resultado sim, de um processo longo e gradual, mas, se tivermos que demarcar um momento para a consolidação dos Estados de Portugal, Espanha, França e Inglaterra, seria:

Estado Nacional Português
Monarquia Nacional Portuguesa tem início em 1385, após a revolução burguesa que coloca no trono o rei dom joão i, da dinastia avis - a vitória da revolução de avis foi também a vitória da burguesia portuguesa sobre a sociedade agrária e feudal que dominava o país. Após a revolução, o rei d. joão apoiado pela burguesia, centralizou o poder e favoreceu a expansão marítimo-comercial portuguesa

Estado Nacional Espanhol
Na Espanha, a consolidação da monarquia acontece em 1492, após o casamento dos reis católicos Fernando de Aragão e Isabel de Castela e a conquista de granada, antes ocupada pelos árabes.


Estado Nacional Francês
O Estado Francês se consolidou após a vitória sobre a Inglaterra na “Guerra dos cem anos” e tem na figura do Rei Luis XIV ( Rei Sol) seu maior representante.

Estado Nacional Inglês
A guerra civil conhecida como guerra das duas rosas, logo após a derrota para a França na “Guerra dos cem anos”demarca o início do Estado Nacional Inglês.



Lembrando que o território que hoje é a Itália e a Alemanha só iria se unificar alguns séculos depois.


Abraços e bons estudos.

domingo, 22 de março de 2009

MERCANTILISMO

Não podemos pensar no mercantilismo isoladamente, fora do seu contexto político, afinal, as práticas mercantilistas fazem parte de uma estrutura que englobava quase toda a Europa (o Absolutismo).
segue 2 textos que resumem bem o que foi o mercantilismo
"Atualmente usamos o vocábulo mercantilismo para designar as práticas econômicas utilizadas no mundo ocidental no período de transição do feudalismo para o capitalismo. A partir do século XVIII, essa palavra foi usada para rotular a política econômica adotada por alguns Estados europeus entre os séculos XV e XVIII. Doutrina econômica que caracterizava o período
histórico da revolução comercial (séculos XVI-XVIII), marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais . Defende o anúncio de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior de caráter protecionista. Alguns dos princípios básicos do mercantilismo são: 1) O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em
detrimento de seus vizinhos e colônias; 2) a riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do aumento de volumes de metais preciosos: 3) o comércio exterior deve ser estimulado, pois é por meio de uma balança comercial favorável que se aumenta o
estoque de metais preciosos: 4) o comércio e a indústria são mais importantes para a economia nacional que a agricultura. Essa concepção levava a um intenso protecionismo estatal e a uma ampla intervenção do Estado na economia. Uma forte autoridade central era tida como essencial para a expansão de mercados e para a proteção dos interesses comerciais. O mercantilismo
era constituído por um conjunto de concepções desenvolvidas por ministros, administradores e
comerciantes, com objetivos não só econômicos como também político-estratégicos. Sua aplicação variava conforme a situação do país, seus recursos e o modelo de governo vigente.
Texto adaptado de Paulo Sandroni.
Continuando...

Os três tipos mais importantes de mercantilismo foram o bulionismo, o comercialismo e o industrialismo. O bulionismo (metalismo) desenvolveu-se na Espanha, para onde fluíam o ouro do México e a prata do Alto Peru. Esse gigantesco fluxo de metais preciosos trouxe para a
Espanha duas graves conseqüências: por um lado, levou ao desinteresse pelas atividades industriais e agrárias, ocasionando queda na produção; por outro, desencadeou uma inflação generalizada no país resultante da alta vertiginosa do preço das mercadorias então em escassez,
conhecida como Revolução dos Preços. Os efeitos dessa crise econômica, que atingiu sobretudo as camadas populares, chegaram a provocar o decréscimo da população espanhola: a Espanha era obrigada a adquirir no exterior inúmeros gêneros necessários à sua sobrevivência.
O comercialismo originou-se na Inglaterra, cujo desenvolvimento manufatureiro e poderio naval
impulsionaram, sobretudo no século XVII, a expansão do comércio exterior. Os navios da marinha mercante distribuíam no mercado mundial os tecidos produzidos pelas manufaturas inglesas, possibilitando ao país o acúmulo de metais preciosos através da manutenção de uma balança comercial favorável. Reproduzimos o trecho de um documento do século XVI que sintetiza a concepção do comercialismo inglês: ‘A única maneira de fazer com que muito ouro seja trazido de outros remos para o tesouro real é conseguir que grande quantidade de nossos produtos seja levada além dos mares, e menor quantidade de seus produtos seja para cá
transportada...”
O industrialismo chegou ao apogeu na França com o mercantilismo de Colbert, ministro de Luís
XIV. De acordo com as concepções de sua época, Colbert buscou fazer a riqueza da França com a acumulação de metais preciosos obtidos através de uma balança comercial favorável. Para isso, procurou tornar o país economicamente auto-suficiente, proibindo as importações e incentivando as exportações. Sua política econômica consistia em acelerar o desenvolvimento industrial da França através da criação das manufaturas reais, da concessão de monopólios estatais, da subvenção à produção de artigos de luxo, da criação de grandes companhias comerciais, da conquista de colônias e do fomento ao crescimento da marinha mercante. Omercantilismo francês ficou conhecido também como colbertismo.
Texto de Leonel Mello.

HISTÓRIA PERDEU O ACENTO????

Pois bem, o acordo ortográfico já foi implantado. Só resta nos adaptarmos a ele.

Eis então um resumão do acordo e suas mudanças...



ALFABETO
O alfabeto é agora formado por 26 letras
O K, o W e o Y não eram consideradas letras do nosso alfabeto.
Essas letras serão usadas em siglas, símbolos, nomes próprios, palavras estrangeiras e seus derivados: kg, watt, megabyte, taylorista.

TREMA
Não existe mais o trema, a não ser em casos de nomes próprios e seus derivados:
Bündchen, Müller, mülleriano
Agora : aguentar, arguição, bilíngue, cinquenta,
consequência, delinquir, eloquência,
frequência, frequente, linguiça, linguista,
pinguim, quinquênio, tranquilo
Obs.: Como a reforma só modifica a comunicação escrita (e não a falada), cabe a cada um de nós saber quando não pronunciar o “u” (exemplos: foguete, guitarra, queijo) e quando pronunciá-lo (veja exemplos acima), pois não cabe mais o uso do trema para diferenciá-los.

ACENTUAÇÃO
Os ditongos abertos “ei” e “oi” não são mais acentuados em palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
assembléia, bóia, colméia, geléia, idéia, platéia, boléia, panacéia, hebréia, paranóia, jibóia, heróico,
paranóico perdem o acento e ficam assim: assembleia, boia, colmeia, geleia, ideia, plateia, boleia, panaceia, hebreia, paranoia, jiboia, heroico, paranoico
Obs.: Nas palavras oxítonas e monossilábicas o acento continua para os ditongos abertos “ei” e “oi” (assim como “eu”): anéis, papéis, constrói, herói, dói, rói, céu, chapéu.

Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no “i” e no “u” tônicos quando vierem depois de um ditongo. baiúca, bocaiúva, cauíla, feiúra perdem acento e ficam : baiuca, bocaiuva, cauila, feiura
Obs: Se a palavra for oxítona e o “i” ou o “u” estiverem em posição final (seguidos ou não de s), o acento permanece: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
Não existe mais o acento diferencial em palavras homógrafas (as que possuem a mesma escrita e pronúncia)
pára (verbo), péla (substantivo e verbo), pêlo (substantivo), pêra (fruta), pólo (substantivo), côa
(verbo coar) para (verbo), pela (substantivo e verbo), pelo (substantivo), pera (fruta), polo(substantivo), coa (verbo coar)
Obs.1: O acento diferencial ainda permanece no verbo “pôr” (para diferenciar da preposição “por”) e na forma verbal “pôde” (3ª pessoa do Pretérito Perfeito do Indicativo do verbo poder) para diferenciar de “pode” (Presente do Indicativo do mesmo verbo).
Obs.2: Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos “ter” e “vir”, assim como de seus derivados. ele tem / eles têm; ela vem / elas vêm; você retém / vocês retêm.
Obs.3: É facultativo o uso do acento circunflexo na forma verbal “dêmos” (presente do subjuntivo) para diferenciar de “demos” (pretérito perfeito do indicativo), assim como é facultativo para diferenciar as palavras forma/fôrma: Em muitos casos convém usar: Qual é a forma da fôrma do bolo?

Não se acentua mais a letra “u” nas formas verbais gue, que, gui, qui.
argúi, apazigúe, averigúe, enxagúe, obliqúe perdem acento e torna-se argui, apazigue,averigue, enxague, oblique

Os hiatos “oo” e “ee” não são mais acentuados abençôo, enjôo, perdôo, vôo, corôo, côo, môo, povôo, lêem, dêem, crêem, vêem, descrêem, relêem, revêem, cai o acento e fica abençoo, enjoo, perdoo, voo, coroo, coo, moo, povoo, leem, deem, creem, veem, descreem, releem, reveem

É facultativo assinalar com acento agudo as formas verbais de pretérito perfeito do indicativo, na primeira pessoa do plural (nós), para as distinguir das correspondentes formas do presente do indicativo. Nós amamos, louvamos, falamos, dizemos, guerreamos (pretérito
perfeito do indicativo) Nós amamos/amámos, louvamos/louvámos, falamos/falámos,
dizemos/dizémos, guerreamos/guerreámos (pretérito perfeito do indicativo)
Atenção: Continue não acentuando demos (pretérito perfeito do verbo dar).

Levam acento agudo ou circunflexo as palavras proparoxítonas cujas vogais tônicas estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”
acadêmico, anatômico, cênico, cômodo, econômico, fenômeno, gênero, topônimo, tônico
Da mesma forma, recebem o acento agudo ou circunflexo as palavras paroxítonas terminadas em ditongo quando as vogais tônicas são seguidas das consoantes nasais “m” ou “n”
Amazônia, Antônio, blasfêmia, fêmea, gêmeo, gênio, tênue, patrimônio, matrimônio


HIFENIZAÇÃO

HIFEN – RR e SS:
O hífen não é mais utilizado em palavras formadas de prefixo terminado em vogal + palavra iniciada por “r” ou “s”, sendo que essas letras devem ser dobradas
ante-sala, ante-sacristia, autoretrato, anti-social, anti-rugas, arquiromântico, arqui-rivalidae, autoregulamentação, auto-sugestão,contra-senso, contra-regra, contrasenha, extra-regimento, agora é assim: antessala, antessacristia, autorretrato, antissocial, antirrugas, arquirromântico, arquirrivalidade, autorregulamentação, contrassenha, extrarregimento,

Obs: Nos prefixos sub, hiper, inter e super, permanece o hífen se a palavra seguinte for iniciada por “h” ou “r”: sub-hepático, hiper-realista, hiper-requintado, hiper-requisitado, inter-racial, inter-regional, inter-relação, super-racional, super-realista, hiper-história, super-homem, inter-hospitalar

HIFEN – MESMA VOGAL:
Agora se utiliza hífen quando a palavra é formada por um prefixo terminado em vogal + palavra iniciada pela mesma vogal.
microondas, microônibus, antiibérico, antiinflamatório, antiinflacionário, antiimperialista,
arquiinimigo, microorgânico ficaram assim micro-ondas, micro-ônibus, anti-ibérico, anti-inflamatório, anti-inflacionário, anti-imperialista, arqui-inimigo, microorgânico
Obs: A exceção é o prefixo “co”, que permanece sem hífen: cooperação, coobrigar, coordenar

HIFEN – VOGAL DIFERENTE:
Não se utiliza mais o hífen em palavras formadas por um prefixo terminado em vogal +
palavra iniciada por outra vogal
auto-afirmação, auto-ajuda, autoaprendizagem, auto-escola, autoestrada, auto-instrução, autoafirmação, autoajuda,
autoaprendizabem, autoescola,
autoestrada, autoinstrução,
Obs: Esta regra não se encaixa quando a palavra seguinte iniciar por “h”: anti-herói, anti-higiênico, extrahumano, semi-herbáceo etc.

Não se usa mais hífen em compostos que, pelo uso, perdeu-se a noção de composição
manda-chuva, pára-quedas, páraquedista, pára-lama, pára-brisa, pára-choque, perderam o hífem e ficou mandachuva, paraquedas, paraquedista, paralama, parabrisa, parachoque

Obs: O uso do hífen permanece em palavras compostas que não contêm elemento de ligação e
constituem unidade sintagmática e semântica, bem como naquelas que designam espécies
botânicas e zoológicas: beija-flor, couve-flor, erva-doce, ano-luz, azul-escuro, médico-cirurgião,
conta-gotas, guarda-chuva, segunda-feira, tenente-coronel, mal-me-quer, bem-te-vi etc.

OBSERVAÇÕES GERAIS SOBRE O HÍFEN
O uso do hífen permanece
Exemplos : Em palavras formadas com prefixos “pré”, “pró”, “pós” (quando acentuadas graficamente),
pré-natal, pró-europeu, pós-graduação, ex-presidente,
vice-prefeito, soto-mestre, além-mar, aquém-oceano,
recém-nascido, sem-teto

Em palavras formadas por “circum” e “pan” + palavras iniciadas em VOGAL, H, M ou N
pan-americano, circum-navegação, circum-murado, circum-hospitalar

Com os sufixos de origem tupi-guarani “açu", “guaçu” e “mirim”, que representam formas adjetivas. amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

ATENÇÃO: Ainda há casos controversos não citados no Acordo que dependerão de orientação da
Academia Brasileira de Letras (ABL): Sub-bibliotecário ou subibliotecário? Coabitar ou co-habitar?...

O QUE REPRE S ENTAM AS MUDANÇAS NA LÍNGUA PORTUGUESA

1) SIMPLIFICAÇÃO E UNIFICAÇÃO: As novas regras representam uniformidade de
uso na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP): Brasil, Portugal,
Angola, Moçambique, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Guiné-Bissau e Timor
Leste (total de oito países).

2) VANTAGEM ECONÔMICA (ou ECONÓMICA): Um livro escrito em um desses
países lusófonos pode ser comercializado em outro sem necessidade de revisão e
reimpressão. Também facilita a redação de documentos oficiais entre esses
países.

3) VANTAGEM POLÍTICA: Com a implantação do Acordo, espera-se que a língua
portuguesa seja reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como
uma língua de padrão internacional, pois entre as línguas mais faladas no mundo,
a portuguesa é a única que não é unificada. A Língua Portuguesa é considerada a
quinta língua mais utilizada no planeta (240 milhões de pessoas, das quais 190
milhões são brasileiras).

4) LINGUAGEM FALADA x LINGUAGEM ESCRITA: O Acordo é meramente
ortográfico e, portanto, não afeta a língua falada.

5) PALAVRAS ALCANÇADAS PELA REFORMA: Estima-se que a reforma afete
entre 0,5 a 2% das palavras da língua portuguesa. A mudança em Portugal será
maior, pois no Brasil as últimas reformas ocorreram em 1943 e 1971, enquanto em
Portugal a última aconteceu em 1945 e, com isso, muitas diferenças continuaram.

6) PONTOS CONTROVERTIDOS: Ainda há alguns pontos controvertidos,
principalmente em relação ao emprego do hífen, que o Acordo não esclarece.

7) FASE DE TRANSIÇÃO: Até dezembro de 2012, os concursos públicos, as provas
escolares e vestibulares deverão considerar como corretas as duas formas
ortográficas da língua: a antiga e a nova.

8) LIVROS DIDÁTICOS: O acordo entrou em vigor em janeiro de 2009, mas será
introduzido obrigatoriamente nos livros escolares a partir de 2010.


retirado com adaptações de:
www.cursosolon.com.br/orto2009

quinta-feira, 12 de março de 2009

Pipoca e Guaraná

Indicações de filmes:

LUTERO


Resumo: Após quase ser atingido por um raio, Martim Lutero (Joseph Fiennes) acredita ter recebido um chamado. Ele se junta ao monastério, mas logo fica atormentado com as práticas adotadas pela Igreja Católica na época. Após pregar em uma igreja suas 95 teses, Lutero passa a ser perseguido. Pressionado para que se redima publicamente, Lutero se recusa a negar suas teses e desafia a Igreja Católica a provar que elas estejam erradas e contradigam o que prega a Bíblia. Excomungado, Lutero foge e inicia sua batalha para mostrar que seus ideais estão corretos e que eles permitem o acesso de todas as pessoas a Deus.


> Bem, o problema deste trailer é que ele está em inglês, mas, como diz o ditado, "pra um bom entendedor, meia palavra basta"
Com um pouquinho de esforço e boa vontade, aliado as leituras, dá pra ter noção do conteúdo do filme.

Por fim, é importante ressaltar que, toda obra, seja escrita ou como nestes casos, cinematográfica, elas não são detentoras de uma verdade inexorável (na dúvida, dicionário). Há na verdade, interpretações sobre determinado tema.


quarta-feira, 11 de março de 2009

Agonia e êxtase

Resumo: Neste drama histórico baseado no bestseller de Irving Stone ambientado no início do Século XVI. Quando o Papa Júlio II (Harrison) encomenda a Michelangelo (Heston) a pintura do teto da Capela Sistina, o artista recusa a princípio. Virtualmente forçado por Júlio a fazer o trabalho, ele acaba por destruir sua obra e foge de Roma. Quando recomeça a pintura, o projeto se torna uma batalha de vontades alimentada pelas diferenças artísticas e de temperamento que são o ponto central deste filme. Indicado ao OSCAR® de Melhor Fotografia e também citado como um dos melhores filmes do ano pelo National Board of Review, AGONIA E ÊXTASE é uma fantástica dramatização da luta por trás de uma das maiores obras-primas do mundo. Tanto a história quanto o filme são tocantes e fascinantes.

http://moviedow.blogspot.com/2008/01/agonia-e-xtase-agony-and-ecstasy-1965.html

Ah, e como não tinha trailer disponível, eis uma parte do filme, contudo, há o problema da legenda não estar em português...

a ideia ( sem acento ) é que vocês se interessem....

quarta-feira, 4 de março de 2009

REFORMA PROTESTANTE E CONTRA REFORMA

No século XVI a Europa foi abalada por uma série de movimentos religiosos que contestavam abertamente os dogmas da igreja católica e a autoridade do papa. Estes movimentos, conhecidos genericamente como Reforma, foram sem dúvida de cunho religioso. No entanto, estavam ocorrendo ao mesmo tempo, mudanças na economia européia, juntamente com a ascensão da burguesia, além da intensificação do poder dos Reis a partir da Formação dos Estados Nacionais


FATORES GERAIS QUE IMPULSIONARAM O MOVIMENTO REFORMISTA

A Igreja Católica em crise*, Crescimento da burguesia, Formação dos Estados Nacionais aliado a um incipiente sentimento nacionalista e a mudança de postura a partir do Renascimento.

Igreja Católica e suas contradições internas* (venda de indulgência, castidade, venda de relíquias sagradas, Cisma do Ocidente )

Fatores externos - Igreja X Burguesia ( Condenação do lucro )
Igreja X Monarquia Nacionais
Igreja X Movimentos Hereges


No século XIV, o inglês John Wycliffe, considerado como precursor da Reforma Protestante, levantou diversos questionamentos sobre questões controversas que envolviam o Cristianismo, mais precisamente a Igreja Católica Romana.

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI, que efetivamente se propagou a partir de Martinho Lutero, na Alemanha*, que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo.
Alemanha* ( Não unificada – grande influência papal e cerca de 1/3 de seu território “nas mãos” da Igreja )


Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Europa, mas, principalmente pela Suíça, França e Inglaterra

As teses condenavam a "avareza e o paganismo" na Igreja, e pediam um debate teológico sobre o que as indulgências significavam. As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Após um mês se haviam espalhado por toda a Europa

Para Lutero : O Homem se salvava pela fé, rejeitou o celibato, a hierarquia da Igreja e o uso do latim nas missas - acreditava na Biblia como fonte de verdade divina e condenava o comércio.

Essa rebelião ideológica resultou também em rebeliões armadas, com destaque para a Guerra dos camponeses (1524-1525). Esta guerra foi, de muitas maneiras, uma resposta aos discursos de Lutero e de outros reformadores



Expansão protestante :


Reforma Calvinista – João Calvino
França e Suiça ( comércio e sistema bancário fortes )

Enquanto a Reforma luterana se disseminava pela Alemanha, os franceses tentavam elaborar uma reforma mais pacífica, orientada pelos humanistas. Mas os setores católicos conservadores, que dominavam a Universidade de Sorbone, impediram o trabalho dos humanistas, preparando terreno para uma reforma muito mais radical e intransigente, liderada por João Calvino.
A Suíça já conhecia o movimento reformista através de Ulrich Zwinglio e era um lugar propício para Calvino desenvolver suas idéias. Mas o fator principal para a difusão do calvinismo na Suíça foi a concentração, nesta região, de um número razoável de comerciantes burgueses, desejosos de uma doutrina que justificasse suas atividades lucrativas, transformando Calvino num verdadeiro ditador político, religioso e moral de Genebra.

Predestinação sem combater ao lucro , salvação pelo trabalho justo e honesto - Principal aliado da burguesia



Reforma Aglicana - Henrique VIII
Inglaterra – ( poder centralizado, comércio forte )

A Reforma Anglicana teve sua causa imediata ligada ao rompimento do rei inglês Henrique VIII com o papa Clemente VII e diferentemente da luterana e da calvinista, não pode ser considerada tão radical, na medida em que manteve normas e rituais católicos, acrescentando-se, entretanto, princípios calvinistas.

Base da Igreja Católica




CONTRA – REFORMA

A Contra-Reforma, ou Reforma católica, foi uma barreira colocada pela Igreja contra a crescente onda do protestantismo.
Para conter o protestantismo, a Igreja Católica convocou o Concílio de Trento que - reafirmou os dogmas, proibiu a venda de indulgências, criou Seminários , Instalou os Tribunais de Santa Inquisição, Criou o Index e Companhia de Jesus

A Contra Reforma não conseguiu evitar o protestantismo, contudo conteve seu avanço rápido na Europa

Em muitos países europeus as minorias religiosas foram perseguidas e muitas guerras religiosas ocorreram, frutos do radicalismo. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), por exemplo, colocou católicos e protestantes em guerra por motivos puramente religiosos. Na França, o rei mandou assassinar milhares de calvinistas na chamada Noite de São Bartolomeu.


Sugestão
Filme : Lutero
Título Original: LutherGênero: DramaTempo de Duração: 112 minutosAno de Lançamento (Alemanha / EUA): 2003







RENASCIMENTO CULTURAL

· O movimento renascentista foi a evolução das artes, sobretudo da pintura, da escultura, da arquitetura, da literatura e da música com características e propostas novas. Utilizando-se de temas cristãos ou da Antiguidade greco-romana, a arte renascentista valorizou o homem como a medida de todas as coisas.

· Os elementos artísticos da Antiguidade clássica voltaram a servir de referência cultural e artística

· O uso da técnica de perspectiva, de conhecimentos científicos e matemáticos para reproduzir a natureza com fidelidade são características desta época

· As obras dos artistas retratavam a beleza, a harmonia e o movimento do corpo humano, em perfeitas construções anatômicas

· A escultura e a pintura adquiriram autonomia em relação à arquitetura

· A técnica da pintura desenvolveu-se rapidamente, pois os artistas precisavam retratar o burguês, sua família e os objetos de luxo de sua residência com minúcias de detalhes.

1 - ( Tributo da Moeda ) - Masaccio, estudioso de anatomia e responsável pela introdução das sombras e da perspectiva nas pinturas, criando a impressão de volume e de tridimensionalidade.

2 - ( Federico da Montefeltro) - Piero della Francesca (1416-1492), defensor da perspectiva científica e cujos personagens pareciam esculturas.

3 - ( Nascimento de Vênus) - Sandro Botticelli (1444-1510), considerado o último dos pré-renascentistas, inspirou-se na mitologia da Antigüidade e associou a estética greco-romana ao universo religioso cristão

· No auge do Renascimento, durante os séculos XV e XVI, destacam-se artistas polivalentes considerados gênios da Humanidade.

4 - ( A Gioconda (Mona Lisa) / A Virgem dos Rochedos ) - Leonardo da Vinci (1452-1519), pintor, escultor, arquiteto e cientista, perseguiu o objetivo de atingir a verdade através de experiências. Por esse motivo, encarava a obra de arte como um exercício, que era muitas vezes abandonado ao se definir uma solução.

5 - ( Capela Sistina / Momento da Criação / juizo Final) - Michelangelo (1475-1564), arquiteto, pintor e escultor, destaca-se por pinturas monumentais como o teto da Capela Sistina, no Vaticano.

6 - ( Esola de Atenas ) - Rafael Sanzio (1483-1520), por sua vez, é considerado o maior pintor do Renascimento, aliando a harmonia à dramaticidade e empregando cores, formas e volumes com equilíbrio





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terça-feira, 3 de março de 2009

ESCULTURAS

- Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade - Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade - Profundidade e perspectiva - Estudo do corpo e do caráter humano











ARQUITETURA

RENASCENTISTA













GÓTICA

Características gerais Verticalismo dos edifícios substitui o horizontalismo do Românico; Paredes mais leves e finas; Contrafortes em menor número; Janelas predominantes; Torres ornadas por rosáceas; Utilização do arco de volta quebrada; Consolidação dos arcos feita por abóbadas de arcos cruzados ou de ogivas; Nas torres (principalmente nas torres sineiras) os telhados são em forma de pirâmide








ROMÂNICA


· Caracteriza-se por construções austeras e robustas, com paredes grossas e minúsculas janelas, cuja principal função era resistir a ataques de exércitos inimigos.